Atividade Física e Esquizofrenia: A Promoção de um Estilo de Vida Ativo

Resumo

Apesar das evidências científicas sobre os benefícios da participação de indivíduos com esquizofrenia em programas de atividade física, são escassas as oportunidades de prática estruturadas e orientadas para as necessidades e caraterísticas específicas desta população. A população com esquizofrenia apresenta níveis inferiores de atividade física e de qualidade de vida quando comparada com a população em geral. Neste sentido, o principal objetivo do presente artigo foi elaborar um relato de experiência sobre a génese, implementação e desenvolvimento de um projeto de investigação-ação, coordenado pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, que visa promover um estilo de vida ativo em indivíduos adultos com esquizofrenia residentes na comunidade. Para tal, exploram-se diversas temáticas com o intuito de disseminar conhecimentos e metodologias ao nível da intervenção prática e das linhas de investigação do referido projeto. Em suma, pretende-se desafiar e estimular investigadores, técnicos e profissionais da área das Ciências do Desporto, Atividade Física Adaptada, Reabilitação e Saúde Mental para a implementação de boas práticas ao nível da atividade física para indivíduos com esquizofrenia.

Palavras-Chave: Atividade Física, Esquizofrenia, Comunidade, Intervenção, Investigação

Abstract

It is well known that individuals with schizophrenia benefit from participating in physical activity programs. However, there are few physical activity programs structured and orientated to the specific needs and characteristics of this population. Individuals with schizophrenia exhibit low physical activities levels and poor quality of life when compared with the general population. In this sense, the main goal of this paper was to elaborate an experience report about the genesis, implementation and development of and intervention- research based project coordinated by the Faculty of Sport, University of Porto. The purpose of this project is to promote an active lifestyle among adults with schizophrenia living in the community. To that end, different broad themes will be explored aiming to disseminate knowledge and methodologies related with the project. Overall, we intend to challenge researchers and practitioners to in the field of Sport Sciences, Adapted Physical Activity, Rehabilitation and Mental Health, to implement good practices regarding physical activity for individuals with schizophrenia.

Keywords: Physical Activity, Schizophrenia, Community, Intervention, Research.

A lei é (D)eficiente?

Falar de acessibilidades para o desporto significa ainda um lamentável exemplo do fosso que muitas vezes existe, em Portugal, entre a teoria e a prática, entre a letra da lei e a realidade, entre as boas intenções e a crueza e a crueldade que se verificam no terreno. Tentemos colocar-nos na pele do Manuel, deficiente, com mobilidade condicionada, que quer jogar basquetebol no pavilhão Municipal mas não encontra rampa ou elevador para lá entrar em cadeira de rodas. Ou no caso da Joana que quer nadar nas piscinas do clube do seu bairro, mas falta um acesso à água por rampa ou por meios mecânicos. Ou na situação da Maria cujo ginásio não dispõe de uma cabina de duche adequada à sua condição. Ou ainda no lugar do Eduardo, invisual, que experiencia diariamente múltiplas dificuldades, na deslocação do seu local de trabalho até ao campo onde treina futebol e, depois, à noite, no regresso a casa. Podemos imaginar – só isso, imaginar – a frustração que invade o Manuel, a Joana a Maria e o Eduardo. E como eles, infelizmente, muitos outros. Quem queira ter uma abordagem parcial e insensível, cingida à letra da lei, dirá a estes concidadãos que não têm razão de queixa. “Mas ó Manuel, a nossa Constituição prevê o princípio da igualdade e consagra o direito ao desporto para todo e qualquer cidadão, pelo que não pode haver lugar a discriminações em razão da deficiência! E é isso mesmo que o Regulamento Municipal para a Acessibilidade e Mobilidade Pedonal garante!”

Impacto de um programa de treino de força com bandas elásticas na aptidão física de atletas de Andebol em cadeira de rodas

Resumo

O Andebol em cadeira de rodas é um desporto de esforços máximos que exige a capacidade de realizar sprints, mudanças de direção, e remates durante longos períodos de tempo. Este estudo pretendeu verificar o impacto de um programa de treino de força com bandas elásticas na aptidão física de atletas da referida modalidade. A amostra foi constituída por cinco atletas (♂=3;♀=2) com idades compreendidas entre os 28 anos e os 45 anos (𝑋̅=36 ± DP=7,6). Quatro atletas com lesão vertebro-medular e um atleta amputado do membro inferior esquerdo, praticantes de Andebol em cadeira de rodas da Associação Portuguesa de Deficientes – Delegação do Porto. Os participantes foram submetidos a um programa de doze semanas, com frequência de 2 treinos semanais e duração de 45minutos. Os instrumentos utilizados foram: o Ergómetro de braços com recurso de um analisador de tocas respiratórias da Cortex: Metalyser 3B; o lançamento da bola medicinal 3kg; o teste de velocidade 20 metros; o dinamómetro manual, e o teste de uma repetição máxima para o supino de peito e puxador dorsal. Para análise dos dados recorreu-se ao T-Test Student para amostras emparelhadas e ao teste de Wilcoxon. Verificaram-se melhorias significativas (p < 0.05) na capacidade força, velocidade e resistência aeróbia.

Palavras-Chave: Força; Bandas Elásticas; Aptidão Física; Deficiência Motora; Andebol em Cadeira de Rodas

Abstract

Wheelchair handball is a maximum effort sport that requires the ability to perform sprints, direction changes, and shots over long periods of time. This study aimed to verify the impact of a strength training program with elastic bands on the physical fitness of athletes of this sport. The sample consisted of five athletes (♂ = 3; ♀ = 2)agedbetween28yearsand45years(𝑋=36±SD= 7.6). Four athletes with spinal cord injury and one amputated of the lower left limb, all handball players of the Portuguese Association of the Handicapped – Porto Delegation. Participants underwent a twelve-week program, with 2 training sessions per week and duration of 45 minutes. The instruments used were: the Arm Ergometer with the use of a Cortex Respiratory Analyzer: Metalyser 3B; Launch of 3kg medical ball; 20 meters speed test; the manual dynamometer, and the test of a maximum repetition for the chest presser and dorsal puller. For the analysis of the data it was used the T-Test Student for paired samples and the Wilcoxon test. There were significant improvements (p <0.05) in strength, speed and aerobic endurance.

Keywords: Strength; Resistance Bands; Physical Fitness; Physical Disability; Wheelchair Handball.

Minitrampolim – Propostas de trabalho para indivíduos com deficiência

Resumo

Quando falamos em saltos de trampolins, geralmente há um interesse e motivação global por parte das pessoas, devido ao divertimento e felicidade que proporcionam. O uso de trampolins, nomeadamente, o minitrampolim tem vindo a ser utilizados em projetos de investigação, com o intuito de proporcionar melhorias nas capacidades motoras e outras capacidades importantes no dia a dia. Essas investigações têm surgido em diferentes tipos de populações e especificamente com pessoas com deficiências (Perturbações do Espectro do Autismo e Deficiência Intelectual), diferentes patologias (diabetes, obesidade) ou populações especiais (idosos).

A literatura científica atual refere que saltar em trampolins proporciona inúmeros benefícios nos seus praticantes. Assim sendo, pretende-se com este artigo mostrar alguns exercícios que podem ser desenvolvidos com o recurso ao minitrampolim e que podem auxiliar os níveis cognitivo e social de crianças ou jovens adultos com alguns tipos de deficiência.

Palavras-Chave: Minitrampolim; Deficiência.

Abstract

The Trampoline jumps are usually related to a playful activity, which generates fun and increases motivation for exercise. Trampoline training promotes motor experiences that make it possible to foster the development of coordination, balance and muscle strengthening, essential motor skills for everyday tasks. Considering those potentialities, trampoline training has been spread over different types of populations, with disabilities (Autism Spectrum Disorders and Intellectual Disability), pathologies (diabetes, obesity) or special populations (the elderly).

The aim of this article is to present some specific exercises for disabled individuals that can promote the development of motor skills, together with e cognitive function and social interaction.

Keywords: Mini Trampoline; Disability

A Atividade Motora Adaptada na capacidade funcional de indivíduos com Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental com mais de 40 anos

Resumo

O aumento da esperança média de vida da população com Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental (DID) conduziu ao aparecimento de um novo grupo populacional, os gerontes com DID, com novos desafios ao nível dos apoios e da intervenção. O objetivo deste artigo, é analisar o contributo de um programa de atividade motora adaptada (AMA) na capacidade funcional de 7 participantes com DID “ligeira e moderada” entre os 42 e os 57 anos (50.14±5.43) e a frequentar o Centro de Atividades Ocupacionais, de uma instituição da zona de Lisboa. Para este efeito, foi elaborada e aplicada a Checklist da Atividade Motora, em três momentos: avaliação baseline (resultante de duas avaliações prévias ao início da intervenção), final e retenção. Com base nos valores obtidos na baseline e considerando as características dos participantes, foi estabelecido um programa de AMA, de 3 meses e com sessões semanais (de 50min cada). Para a análise das diferenças entre os vários momentos de avaliação, foram utilizados os testes de Friedman e Wilcoxon. Os resultados obtidos apontaram os benefícios da intervenção ao nível funcional dos participantes, verificando-se que as principais diferenças (evoluções) ocorreram ao nível das competências de aptidão física e funcional e de equilíbrio. As implicações para a prática e para a investigação futura serão apresentadas. Em suma, os benefícios obtidos na aplicação deste programa, poderão ser uma possível resposta, ao nível da intervenção, para este subgrupo populacional.

Palavras-Chave: Atividade motora adaptada, funcionalidade, gerontes, dificuldade intelectual e desenvolvimental, avaliação, eficácia da intervenção

Abstract

The increase in the average life expectancy of persons with intellectual and developmental disabilities (IDD) led to the emergence of a new population group, the elderly with IDD, with new challenges in terms of support and intervention. The purpose of this article is to analyze the contribution of an adapted motor activity program (AMA) to the functional capacity of 7 participants between 42 and 57 years-old (50.14 ± 5.43), with “mild or moderate” IDD attending a Center of Occupational Activities of an institution in Lisbon. For this purpose, the Checklist of Motor Activity was elaborated and applied in three moments: baseline assessment (resulting from two evaluations prior to the beginning of the intervention), final and retention. Based on baseline scores and considering the characteristics of the participants, an AMA program for 3 months and with weekly sessions (50 minutes each) was established. Friedman’s and Wilcoxon tests were used to analyze the differences between the three moments of evaluation. Results pointed out the benefits of the intervention at the functional level. Main differences (evolutions) were observed in physical and functional aptitude, and in balance. Implications for practice and research will be presented. In short, the benefits obtained in the application of this program may be a possible response at the intervention level for this population subgroup.

Keywords: Adapted physical activity, functionality, elderly, intellectual and developmental disability, assessment, intervention effectiveness

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