Resumo
O Andebol para atletas com deficiência intelectual é uma modalidade relativamente recente, caracterizada pelo reduzido número de praticantes e competições. Para competir, de forma justa e equitativa, estes atletas são submetidos a um processo de elegibilidade e classificação, que carece de investigação, devido às interrogações e escassez de literatura que o caracterizam. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi compreender a perspetiva dos técnicos envolvidos neste contexto, sobre o atual panorama nacional da modalidade, particularmente, o processo de elegibilidade e classificação desportiva dos atletas. O grupo de estudo foi constituído por 13 treinadores. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e, posteriormente, as suas transcrições, das quais emergiram categorias. Conclui-se que apesar da importância conferida ao desporto, não existe especialização dos atletas, formação especializada dos treinadores ou acompanhamento frequente por parte de psicólogos. Apesar da heterogeneidade das condições de prática e níveis competitivos das equipas, as barreiras à prática desportiva são comuns. De um modo geral, os entrevistados revelaram falta de conhecimento sobre o processo de elegibilidade e classificação desportiva e opiniões discordantes em relação ao sistema em vigor e possíveis novos sistemas. Efetivamente, este assunto complexo não reúne consenso e carece de maior investigação.
Palavras-Chave: Andebol; deficiência intelectual; elegibilidade; classificação desportiva.
Abstract
Handball for athletes with intellectual disabilities is a relatively recent sport, characterized by the small number of practitioners and competitions. For competition fairness and equitability purposes, these athletes are submitted to a process of eligibility and classification, which due to lingering questions and lack of literature needs further investigation. To this end, it was the purpose of this study to understand the involved coaches’ perspective on the current national sport panorama, focusing on this process of eligibility and classification of the athletes.
The study group was composed by 13 coaches. Semi structured interviews were made and later transcribed, from which the categories emerged. We concluded that in spite of the importance given to the sport, there is no expertise in athletes, specialized training coaches or frequent monitoring by psychologists. Despite the different levels of competitiveness and training conditions, the barriers faced to the practice of the sport are similar. In general, respondents revealed a lack of knowledge about the process of eligibility and sport classification as well as discordant views about the current system and possible new systems. Effectively, this complex issue does not meet consensus and needs further research.
Keywords: Handball; intellectual disability; eligibility; sports classification.